O Natal na minha infância era pura magia porque eu sonhava o ano todo com uma boneca que tinha visto numa montra. Nada era garantido! Não havia “eu quero”. Nós éramos 5 irmãos e não havia muito dinheiro.
O meu pai fazia um presépio à séria, enorme... tinha uma aldeia com tudo. A minha avó materna vivia connosco desde os meus 3 anos quando o meu avô morreu. Eram para mim como pais. Durante o dia 25 visitávamos ou apareciam. Naturalmente.
Com os meus filhos, havia muita fartura. Claro que tentámos incutir a magia do Natal, mas não durou muito tempo... Havia muitosssss brinquedos. Actualmente com os netos, é um excesso, os presentes. Sem dúvida que têm a mais e é pena já não haver aquele sentimento de imaginar ter.
O Natal para mim é a Família! Todos numa casa.
Hoje em dia, a noite de Natal é em casa do meu filho, que é grande. Já há muitos ausentes que partiram, mas graças a Deus a minha Família reunida faz a festa deita os foguetes e apanha as canas. Somos muitos, as minhas irmãs os netos delas...
Cada clã, prepara uma refeição e traz para casa do meu filho. Tudo feito em casa e partilhado.
Pessoalmente confesso que já é um bocadinho pesado, não obstante os netos.
O mais divertido é o "amigo oculto" : todos dão um presente e recebem um, mediante um sorteio mas antes de o dar cada um tem que fazer um discurso sobre o seu amigo oculto. Acabamos por nos rir imenso.
Dificilmente o Natal será o que foi na minha infância.
O consumo não perdoa,, tudo se tornou numa obrigação de comprar.
Não sei se é possível reverter isto...
